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Sistemas de Amostragem

Resumo

Como diz Michael Bequette, amostrar, ou tomar um subconjunto de uma população maior, é uma técnica analítica que tem sido usada por muitos anos e é aplicada na maioria dos campos de estudo. Neste artigo vamos falar sobre uma visão geral sobre a amostragem manual, o que é um sistema de extração automática, sobre a importância do sistema de amostragem para a confiabilidade do sistema analítico online, sobre o ponto e o processo de extração, sobre a representatividade da amostra, sobre o funcionamento do sistema de amostragem, sobre os tipos de sistemas e sobre o condicionamento da amostra.

Para saber mais clique AQUI.

Deve-se considerar sempre que falamos de análise físico-química que a amostra é composta de uma matriz de componentes com propriedades diferentes, dentro dessa matriz está o componente/analito que queremos avaliar e podem estar presentes outros que serão considerados interferentes na análise. Além do analito essa matriz chamada aqui de amostra do processo industrial, possui propriedades físico-químicas que também podem ser avaliadas e analisadas pelo analisador automático instalado diretamente na planta e interligado às correntes do processo.

A tecnologia dos analisadores online tem evoluído muito, porém os sistemas extrativos continuam sendo o ponto fraco que consume muita manutenção.

No passado até o final do século XX os analisadores falhavam muito, eram analógicos, tinham muitas partes mecânicas e salvo algumas exceções, no ambiente fabril, as análises da qualidade dos produtos processados eram feitas em laboratório e as amostras eram colhidas manualmente com recipientes e procedimentos adequados, eram rotuladas, transportadas até o laboratório e colocadas numa fila de espera até que então eram analisadas, os resultados das análises eram planilhados enviados para a produção que então fazia os ajustes necessário no processo para adequar a produção. É mais ou menos dessa forma que se faz na área clínica, tudo manualmente e o resultado é enviado ao médico que então faz o diagnóstico e prescreve o tratamento.

Em muitos casos ainda convém manter a amostragem manual feita pelo operador e o envio da amostra para o laboratório onde se realizará a amostra.

Aqui um sistema de coleta de amostra manual com resfriador, filtro, manômetros e válvulas de ajuste. Ref.: Autocontrol.

O sistema de amostragem e condicionamento é composto por uma série de componentes e de modo geral tem a função de extrair do processo uma amostra representativa, transportá-la até o analisador, tratá-la e disponibilizá-la para análise. Suas principais partes são: a sonda amostradora, as linhas de transporte e os filtros, mas dependendo da aplicação e da configuração do sistema pode possuir válvulas reguladoras, resfriadores, secadores vaporizadores e outros componentes.

Considerando o investimento que é feito no analisador e no sistema de amostragem e condicionamento, há de se prover recursos e estratégias de manutenção adequadas para que a operação não seja interrompida ou que as interrupções sejam mínimas controladas e previstas.

Ian Verhappen propõe uma “regra de ouro” para instalação de um sistema de amostragem, com quatro itens:

  • Conheça as condições do seu processo: Nas condições de produção normais e instáveis, limites de variações (máximo, médio, mínimo), tipo de amostra (partículas, umidade, viscosidade, contaminantes, espaço ou volume morto dentro do sistema de amostragem, tempo de atraso; diagrama de fases da amostra) e dados de operação (pressão operacional, temperatura operacional, taxa de fluxo).
  • Envolva as pessoas certas no projeto: Olhar o projeto de um sistema analítico online de diversos ângulos diferentes agrega valor ao projeto, dessa forma recomenda-se envolver especialistas químicos, técnicos de manutenção, projetistas, gerentes de projeto, e especialistas da produção.
  • Simplifique o sistema: Verhappen  afirma que a maneira mais fácil de simplificar o sistema de amostra é garantir que seja recolhida do processo apenas a amostra que você precisa para análise, não mais nem menos. A teoria da confiabilidade indica que quanto menos peças menor a chance de defeito e maior a confiabilidade.
  • Escolha o equipamento certo: Com um grau de qualidade intrínseca que atenda os objetivos da análise online, com disponibilidade acima de 95%, em analisadores online, principalmente os ligados a controle, a repetibilidade é uma especificação mais importante do que a precisão, embora essa também tenha a sua devida importância.

A ilustração acima representa em blocos as etapas de captação da amostra com pressão positiva, sem uso de bomba, transporte até o analisador, condicionamento e análise de um sistema online.

Os sistemas analíticos instalados no processo podem ser usados para medir vários tipos de analitos e propriedades de uma de amostra como: propriedades físicas, teor de oxigênio, podem ser cromatógrafos ou espectrômetros, usados para determinar a segurança, a qualidade do ar ou da água, o poder calorífico, a umidade e outras aplicações. A maioria dos analisadores são projetados para trabalhar em amostras limpas, secas, não corrosivas em uma determinada temperatura e faixa de pressão.

Um problema rotineiro enfrentado nas plantas de produção industrial é a variação do processo. A variabilidade no processo pode causar estragos na qualidade do produto, provocar divergência de resultados de análise do sistema online ou até provocar falhas, influenciando também e na satisfação do cliente, com prejuízos e redução da competitividade.

Veja que o principal desafio na redução da variabilidade do processo é a incapacidade do operador de medir a qualidade do produto o tempo todo e é justamente também nesse ponto que os analisadores online trazem uma grande contribuição.

Uma amostra extraída do processo de forma adequada, transportada rapidamente sem alterações e tratada para atender aos requisitos do analisador e do método de análise é um grande passo para a confiabilidade do sistema.

Considerando que o método de análise precisa ser escolhido de acordo com a propriedade ou o analito que se quer medir e adequado à matriz de amostra colhida no processo, se a tecnologia de análise usada tiver especificações de desempenho de alta qualidade e se os resultados das análises estiverem validos e normalizados de forma rastreável, ainda assim a instalação de analisadores no processo pode envolver um investimento muitas vezes maior do que a dos instrumentos usados para medir pressão, temperatura, vazão e nível. Levar uma amostra representativa e limpa ao analisador, dentro dos seus requisitos de operação, promove uma grande chance do resultado ser confiável. E poder analisar continuamente a qualidade do produto durante as etapas de produção, pode trazer economia de insumos e energia, diminuição da variabilidade e foco na qualidade do produto.

A figura acima, do site Process Miner, mostra um processo que tem variações mas com a variabilidade controlada dentro de uma faixa aceitável que não compromete a qualidade do produto.

Consultando diversas normas americanas, alemães e outras você vai encontrar divergências no indicativo do melhor ponto para se ter uma amostragem estável, alguma normas são mais conservadoras e outras mais flexíveis, há de se ter muito cuidado na escolha dessa posição para evitar problemas de instabilidade que podem causar uma instabilidade irreparável na amostragem.

Dean Sleijko afirma que a localização e ajuste do sistema de amostragem e condicionamento podem afetar significativamente o desempenho do analisador. Para amostragem de tubulação, Sleijko  recomenda posicionar a sonda de amostragem a pelo menos dois diâmetros de tubulação à jusante da última perturbação de fluxo, em qualquer lugar que não interfira com um elemento de medição de vazão. No entanto, se o fluido do processo for um líquido próximo ao ponto de bolha, é aconselhável ser mais conservador. Para evitar bolhas em sua amostra, localize a sonda de amostragem onde há pelo menos cinco diâmetros de tubo reto à montante e dois diâmetros à jusante.

Sleiko recomenda posicionar a sonda de amostragem pelo menos depois (a jusante) de dois diâmetros da tubulação do processo e  da última perturbação de fluxo. A Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA) recomenda essa prática.

A EPA recomenda dois critérios de localização para amostragem manual de gás de chaminé:

  1. O primeiro critério é manter pelo menos oito diâmetros de chaminé ou duto à jusante e dois diâmetros à montante de qualquer distúrbio de fluxo;
  2. O segundo critério é pelo menos dois diâmetros de chaminé ou duto a jusante e meio diâmetro a montante de qualquer distúrbio de fluxo.

No entanto a EPA considera o primeiro critério  ideal. Caso não seja possível atender ao primeiro critério, as diretrizes da EPA exigem pontos de amostragem adicionais para evitar a possibilidade de estratificação.

Quando o fluxo que está sendo amostrado é um vapor próximo à temperatura do ponto de orvalho, a localização da sonda amostradora se torna mais crítica. Alguma condensação pode ocorrer em pontos de pressão próximos a distúrbios de fluxo; deve-se evitar que a amostra de gás contenha condensado líquido. 

Para minimizar este potencial, uma norma europeia (ISO 10715 1997, 13) para medição de gás natural exige que a sonda de amostragem seja de pelo menos 20 diâmetros de tubulação a jusante da última perturbação de fluxo; a norma americana relevante (API MPMS 14.1 2006, 15) exige pelo menos cinco diâmetros de tubo. Se o tubo contiver outra sonda, como um poço termométrico, a sonda de amostragem deve estar localizada a pelo menos cinco diâmetros de poço termométrico de distância do poço termométrico.

Sleiko observa que uma separação ainda maior é necessária para a amostragem isocinética, o que exige que a velocidade na sonda corresponda à da linha de processo. Por exemplo, para vapor saturado, a norma americana relevante (ASTM D1066) recomenda que a torneira de amostragem tenha pelo menos 35 diâmetros de tubo a jusante e quatro diâmetros de tubo a montante de uma perturbação de fluxo. Como essa separação pode ser difícil de alcançar, a ASTM sugere que os locais não compatíveis mantenham uma proporção de 9:1 de distâncias de up stream para down stream.

Segundo Sleiko, para amostragem de líquidos ou gases em tubulações horizontais ou verticais, coloque o bocal pelo menos cinco diâmetros de tubulação a montante e dois diâmetros de tubulação a jusante de qualquer distúrbio de fluxo.

A tecnologia dos sensores tem evoluído muito, com sensores miniaturizados, digitais e avanços na espectroscopia, no uso do laser e do ultrassom. Por outro lado, as unidades eletrônicas vêm operando com autodiagnóstico e protocolos de rede, permitindo o acesso remoto via aplicativos em celulares e handbooks. Passo a passo a indústria 4.0 vem se aproximando, integrando sistemas e o machine learning em breve será uma realidade nas plantas industriais.

No entanto dentro dos equipamentos industriais em produção a matéria prima é processada com variações de temperatura, pressão e vazão. Nem sempre os processos são estáveis, apesar de se buscar diminuir a variabilidade do processo, existe uma faixa de variação prevista em situação normal, no entanto nas paradas, partidas, variações de carga e receita podem trazer grandes variações. Os sensores instalados dentro do processo sofrem todas essas variações de um ambiente hostil e instável que fica do lado de dentro dos equipamentos de processo, com isso, sujam, oxidam, sofrem vibrações e outras variações físicas, químicas, são difíceis de calibrar e ajustar, mas muito já se avançou e a medição com o sensor dentro do processo vem crescendo.

A extração da amostra pode ser feita de várias formas: num processo contínuo, que é o mais comum, utilizando sondas com tubos de ponta reta, chanfrada, de parede dupla, sondas diluidoras, com limpeza automática e com conexões para calibração; pode ser uma extração isocinética, que exige que a velocidade da amostra na sonda seja igual à da linha de processo, normalmente a amostragem isocinética é usada em amostras multifásicas para assegurar que todos os componentes na corrente sejam amostrados; em fluxos de amostras mais corrosivas, sujas ou perigosas, muitas vezes é usada a amostragem discreta, intermitente, nesse tipo de amostragem, comando de válvulas, apenas uma pequena quantidade de amostra é transferido para o analisador.

Essa é uma sonda amostradora de ponta chanfrada, com fixação por flange uma válvula de serviço do tipo esfera para propiciar a remoção do tubo amostrador e uma válvula agulha para ajuste do fluxo.

A figura ao lado mostra um exemplo do diagrama de fases, mostrando a porcentagem de vaporização conforme mudam a pressão e a temperatura, mostra a curva de condensação e de vaporização além do ponto crítico.

A figura acima representa em blocos um sistema de amostragem de efluente em canal aberto, com bomba, tratamento (T) de amostra analisador (A) e descarte de volta para o canal.

Aqui um tubo de caldeira corroído após dois anos de operação numa fornalha de incineração de resíduos. REF.: ENOTEC.

Michael Bequette define a a amostragem como um processo estatístico em que um conjunto menor é coletado de uma população muito maior de itens para processamento posterior; estatisticamente falando, espera-se que a amostra seja uma representação precisa da população geral. Obter amostras precisas de um processo real geralmente encontra várias dificuldades.

Segundo o autor, erros estatísticos ou de amostragem podem ocorrer por meio de técnica inadequada, mas erros de projeto também podem ser realizados desde o início se o sistema de amostragem for mal projetado para o processo.

Quando um usuário determina a necessidade de amostrar o processo por razões de qualidade, ambientais ou para alguma outra finalidade, o sistema de amostragem deve ter um projeto de engenharia cuidadoso para que a melhor amostra “representativa” seja sempre obtida. Ele afirma que muitas variáveis ​​podem afetar a vazão da amostra e, da mesma forma, o tempo de espera necessário até que a amostra seja considerada representativa. Por exemplo, muitos dos principais componentes de um sistema de amostragem podem produzir restrições ao fluxo.

A ilustração ao lado representa a relação entre o conteúdo real e o conteúdo da amostra. Uma amostra representatividade deve ter a mesma relação proporcional de componentes.

Para garantir a qualidade e representatividade, o método de amostragem deve estar associado ao método de análise. É necessário que haja um diferencial de pressão entre o ponto de extração da amostra e o ponto de descarte, isso pode ser conseguido escolhendo de forma criteriosa os pontos de extração e descarte no processo ou utilizando bombas para forçar a circulação da amostra.

A amostra deve circular continuamente por dentro de todo o sistema de amostragem e condicionamento até o analisador e com o tempo resíduos vão se depositar em algumas partes internas, o que pode provocar a contaminação da própria amostra ou reduzir sua taxa de fluxo. Em amostras gasosas ou líquidos vaporizados, no caminho até o analisador a amostra pode sofrer variações de pressão e temperatura o que pode fazer com que parte de seus componentes mudem da faze vapor para líquida o que vai mudar a constituição da matriz da amostra.

Os sinais de variáveis transmitidos pelos analisadores devem chegar até as malhas de controle automático ou sistema de monitoramento e cumprir seu objetivo descrito no projeto básico, seja otimizando a produção, dosando reagentes no processo ou gerando relatórios de emissão para fins de monitoramento ambiental. Para que isso se realize em plenitude, visitas periódicas de inspeção e poder monitorar ao máximo o status de cada componente é importante para que se faça um acompanhamento preditivo de ajustes no sistema e da evolução do defeito até a falha e se possa prover uma manutenção de acordo com a necessidade do sistema.

Geralmente é um consenso que 80% dos problemas nos analisadores on-line ocorrem nos sistemas de amostragem. Quando falamos de falhas consideramos interrupções inesperadas, desvios e erros nos resultados da análise, vazamentos, falta de circulação da amostra, entupimento, oscilações excessivas, formação de condensado em linhas de amostras de gases e outros tipos de falhas.

Uma solução para evitar problemas é diminuir ao máximo o volume de amostra, simplificar o sistema, controlar a vazão e a temperatura para manter a amostra íntegra. Mesmo em sistema multi amostras, onde se seleciona sequencialmente a amostra apara análise, quando a amostra não está sendo selecionada e encaminhada para o analisador ela precisa ir para vent ou conduzida de volta para o processo para manter sempre um fluxo de amostra atualizada para garantir a representatividade e evitar choques de pressão no momento da seleção.

Um grupo de profissionais devidamente treinados e dedicados com acesso a recursos de manutenção adequados é essencial para manter os analisadores de processo funcionando corretamente. Segundo James F. Tatera, um analisador de processo mais complexo pode exigir um investimento de 5 a 10% de seu preço de compra em manutenção anual.

Essa ilustração mostra um sistema de amostragem do tipo fast loop onde o retorno da amostra é através de um filtro, fazendo o papel de ser autolimpante, em seguida a amostra passa por um filtro coalescedor, para retirar parte da sua umidade, sua vazão é ajustada por uma válvula redutora de pressão e entra no analisador. Ref. Parker.

A amostragem extrativa pode ser encontrada em vários tipos de aplicação como: águas subterrâneas, amostragem com corpos de água, tratamento de águas e esgotos, processamento de hidrocarbonetos, farmacêuticos, alimentos, celulose, mineração, altas temperaturas, sistemas para gases de processo, para condensados, para gases de emissão, para líquidos do processo, processos biológicos.

Há uma grande variedade de componentes num sistema de amostragem e condicionamento como por exemplo: Sondas de extração, linhas de transporte, umbilical, válvulas de bloqueio, válvulas de ajuste de fluxo, válvulas reguladoras, válvulas especiais, vários tipos de filtros, refrigeradores desumidificadores, vaporizadores, injetores.

A amostragem do tipo fast Loop é muito utilizada em amostragens de processo onde não se pode descartar a amostra, ele é composto de uma linha de amostragem onde a pressão de alimentação da amostra é maior do que o lado de retorno do processo, criando fluxo. Esse tipo de amostragem é muito utilizado no controle de processo químico em geral;

Um outro tipo de amostragem é a amostragem para CEMS que extrai a amostra de emissões de combustão de fornalha, da chaminé ou de tubulões de grandes diâmetros. São amostras que podem conter muito material particulado e o resultado das análises são para fins de monitoramento ambiental.

A empresa Sentry publicou um artigo intitulado “9 MISTAKES TO AVOID IN YOUR SWAS SPECS”, onde enumera alguns erros que se comete na especificação do sistema de amostragem para condensados de caldeira. Eles enumeram: a subespecificação dos componentes e a especificação muito acima do necessário; falta de especificação e dimensionamento das tubulações; falta de identificação das utilidades (energia, água de resfriamento) necessárias para operação do sistema; falta de especificação dos materiais usados e classificação de invólucros; falta de especificar o que se quer analisar e o que não deve estar presente no sistema; não especificar o layout e a localização do sistema; não especificar se deve ter e qual o tipo de sequenciamento automático se quer para o sistema.

Por outro lado, a norma ASTM 1066 fala sobre os padrões para amostragem em caldeiras na fase de vapor saturado e superaquecido, ela descreve dados para o projeto de sistema de amostragem e transporte de amostras de vapor saturado e superaquecido, sonda amostradora, dimensionamento de linhas de transporte e requisitos de condensação. Esta norma considera que o vapor saturado é uma amostra em duas fazes e recomenda a amostragem isocinética, para vapor superaquecido a amostragem isocinética só é recomendada se houver necessidade de medição das partículas presentes no vapor.

Em sistemas de amostragens usados em monitoramento de emissões encontramos os sistemas do tipo Cold Dry, que é a mais comum, onde a amostra é resfriada e parcialmente condensada, retirando sua umidade; temos também o sistema Hot Wet, usado em fornalhas a carvão e em processo Claus para amostragem de H2S/SO2, nesse sistema a amostra circula aquecida acima do ponto de orvalho de forma a manter a amostra em estado gasoso, todo o sistema da sonda até o analisador é aquecido. Em alguns casos, também, para unidades de enxofre e fornalhas a carvão são usadas a amostragem por diluição.

Em aplicações de gás natural, conforme descrito na introdução da norma ISO 8943, na transferência de custódia de gás natural liquefeito (GNL) é prática comum determinar a quantidade transferida com base no conteúdo calorífico. O teor calórico total das quantidades de GNL cotadas na transferência de custódia é determinado pelo volume líquido, densidade do líquido e poder calorífico bruto do GNL entregue.

O conhecimento da composição do GNL é necessário para calcular a densidade e o conteúdo calorífico de quantidades de GNL. Portanto, uma amostragem precisa é um pré-requisito para uma análise precisa. Essa determinação da composição do Gás Natural geralmente é feita por um cromatógrafo e a amostra precisa ser filtrada, ter sua pressão regulada, separa da porção de água que vem misturada ao GNL e vaporizada e resfriada para entrar no analisador.

Destacam-se também pela sua especificidade e dificuldade os sistemas para amostragens de pastas na indústria de alimentos, celulose e outras. Esse tipo de amostra normalmente requer um tipo de sonda, sistema de transporte e condicionamento diferenciado. Alguns sistemas de amostragem também fornecem recursos de comutação de fluxo e/ou calibração automática.

Aqui a representação casa de analisadores onde pode-se instalar vários analisadores (verde), do lado externo são instaladas o sistema de condicionamento (amarelo) e o conjunto de válvulas de seção de “correntes de processo”. Um fast loop pode ter uma unidade pré condicionadora no ponto de maior pressão e um filtro instalado na corrente de derivação para o analisador. (Benvalle)

Sistema típico de amostragem e condicionamento de condensado de caldeiras para análises, conforme a norma ASTM E947

Desenho de um Sonda isocinética para vapor, com fixação por flange e válvula de bloqueio, sugerido pelo consórcio de termelétricas americano, EPRI RP 2712-8.

Casa de analisadores, da Dipietro, com as instalações elétricas, os painéis para o sistema de condicionamento e os cilindros de calibração instalados num rack ao lado da casa.

Um sistema de condicionamento pode conter por exemplo: Painéis, válvulas de diversos tipos, drenos, resfriadores, indicadores de fluxo, desumidificadores, filtros variados, sensores e outros tipos de elementos. Dependendo da complexidade do sistema, alguns sistemas de amostragem podem ainda conter: Um subconjunto a parte com válvulas e linhas de gás para calibração automática ou manual no processo.  Outros sistemas podem trabalhar com seleção de diversas amostras de modo sequencial para tratamento e análise, com lavagens intercaladas. A amostra original deve ser preparada de forma a adequá-la as condições exigidas pelo analisador, sem alterar a propriedade analisada.

Sistemas típicos de condicionamento de amostras geralmente alteram a temperatura, a pressão e alguns outros parâmetros da amostra de processo, a fim de torna-la compatível com os requisitos do analisador e do método de análise.

A maioria dos especialistas em analisador de processos atribui 50 a 80% das falhas do analisador de processos para problemas no sistema de condicionamento da amostra. As operações de filtragens e resfriamento são críticas. Filtros acumulam resíduos e são alvo de muita inspeção e manutenção a ponto de se usar sistemas automáticos de limpeza para os filtros. Por outro lado os resfriadores deverão ser capazes de trazer a amostra para a faixa requerida para análise independente das variações do processo. Da mesma forma as variações de pressão do processo devem ser reguladas de forma a se manter a amostra na entrada do analisador sempre na mesma pressão e vazão.

No Curso Sistemas de Amostragem da Ianalítica, somente no módulo de Filtração é apresentado 4 vídeos com conteúdo teórico exclusivo e mais 8 de demonstrações de funcionamento de diversos tipos de filtros.

Um técnico fazendo ajustes num sistema de condicionamento. (Dipietro)

Casa de analisadores mostrando os painéis externos onde se abriga os componentes do sistema de condicionamento de amostras. (Dipietro)

Os sistemas de amostragem bem projetados e mantidos são essenciais para garantir a confiabilidade do sistema analítico online. Num outro artigo intitulado: “Técnicos em Analisadores Industriais” falamos da rotina de campo e das competências profissionais necessárias para essa função.

No Brasil a maioria dos profissionais de analisadores trabalham com manutenção e lidam em compreender o funcionamento do sistema, fazer inspeções periódicas e manter o sistema sempre operacional, limpo e ajustado requer boa capacitação, procurando usar bons procedimentos e estratégia de manutenção para evitar falhas.

A operação de filtragem da amostra deve ser gradativa, com filtros selecionados de acordo com os resíduos que se quer separar da amostra. Sistemas de limpeza automática podem ser usados em casos de amostra muito suja, mas a maioria vai requerer uma rotina de limpeza e substituição do elemento filtrante rigorosa. 

Se você cadastrar no seu sistema de gestão de ativos o sistema de amostragem de forma separada do analisador, como se fosse uma malha analítica, poderá gerar um histórico exclusivo do sistema, com códigos de falhas específicos, o que deve auxiliar nas análises de falha. O sensoriamento da operação do sistema de amostragem, pode trazer alarmes de status do sistema e a automatização pode incluir limpezas periódicas ajustáveis para a necessidade de cada caso. 

Curso Sistemas de Amostragem

O curso sistemas de amostragem e condicionamento para analisadores online, traz a experiência da Ianalítica adicionada a muita pesquisa em normas e publicações internacionais, notas de fabricantes de componentes para estes sistemas e sugestões de reconhecidos conhecedores desses sistemas, vamos estudar todas as partes e tipos de sistemas.

Num outro artigo intitulado: “Aprendendo sobre Analisadores Industriais” nós abordamos essas questões do aprendizado por EAD e presencial, com certeza a fixação do conhecimento só acontecerá na prática do dia a dia, manipulando os próprios sistemas de amostragem da sua planta

Essa é uma grande oportunidade de aprender mais sobre esses sistemas. Vamos mergulhar a fundo no estudo desses sistema, de forma interativa com: vídeos e atividades híbridas, com a metodologia Aprendizagem Conectada da Ianalítica.

Você vai aprender como selecionar, montar, ajustar e manter em operação de forma confiável o seu sistema de amostragem, vai poder melhorar suas competências com  sistemas de amostragem e aprender a otimiza os recursos de manutenção mantendo o sistema de amostragem sempre operacional e ajustado.

Para saber mais sobre o Curso Sistemas de Amostragem clique AQUI.

Normas

“Standard Guide for Prediction of Analyzer Sample System Lag Times”. Essa norma fornece um guia padrão para previsão de tempos de atraso do sistema de amostra do analisador com instruções para cálculos de rotina para estimar o tempo de retardo do sistema de amostragem.

“Analyzer System Inspection and Acceptance”. Essa norma apresenta padrões de formulários para coleta de dados de inspeção para teste de aceitação de analisadores online e sistemas de amostragem.

Essa norma descreve um procedimento para validação inicial e contínua de desempenho de sistemas de analisadores de correntes de processos, exceto calibração, manutenção e procedimentos de amostragem.

“Process Piping Guide”. Esse guia contém requisitos para tubulação normalmente encontrados em refinarias de petróleo; plantas químicas, farmacêuticas, têxteis, de papel, semicondutoras e criogênicas; e plantas e terminais de processamento relacionados.

“Standard Specification for Sampling Single-Phase Geothermal Liquid or Steam for Purposes of Chemical Analysis”. Essa norma abrange os requisitos básicos para equipamentos a serem usados ​​para a coleta de amostras não contaminadas e representativas de líquido ou vapor geotérmico monofásico.

“Standard Guide for Prediction of Analyzer Sample System Lag Times”. Este guia abrange a aplicação de cálculos de rotina para estimar o tempo de atraso do sistema de amostragem, em segundos, para sistemas de fase gasosa, líquida e mista.

Bibliografia

  • EPRI – Development of a Steam Sampling System
  • Michael Bequette  – Representative sampling: Why it’s so important and how to achieve it
  • Dean Slejko – Properly Position Sampling Nozzles:
  • Jonas, Inc.  – Design, installation, and operation of jonas, inc. isokinetic sampling systems
  • Dean Slejko  – Correctly Orient Probes in Sampling Systems
  • Randy Rieken – Choose the Right Sampling System Transport Line
  • Ian Verhappen – The basics of analyzer sampling systems

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Copyright © 2020 Sergio Trindade

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9 comentários em “Sistemas de Amostragem”

  1. Jenilson Pereira Filho

    Sobre o artigo:
    O Condicionamento da amostra:

    Os sistemas de condicionamento de amostra são utilizados no monitoramento contínuo de emissões (CEMS) de gases resultantes da queima de combustíveis fósseis em fornos e fornalhas de termoelétricas, siderúrgicas, e de outros setores industriais. Os sistemas de condicionamento de amostra são projetados de acordo com as condições operacionais do cliente para atender as exigências da norma do CONAMA e visam a otimização dos sistemas de combustão.
    Com esse direcionamento, os sistemas de condicionamento de amostra são divididos em etapas, e cada qual atua para garantir a análise dos gases da melhor forma possível.

  2. Jenilson Pereira Filho

    Sobre o curso:

    Um ótimo curso, muito bem explicativo, com videos bem elaborados que sanam totalmente as duvidas sobre o sistema de amostragem, alem disso o Sergio Trindade esta a todo momento monitorando o aluno tirando toda e qualquer dúvida sobre o assunto.

  3. Gostei muito do curso sobre Sistemas de Amostragem. Um curso muito completo, onde o Sérgio explica em detalhes o funcionamento de cada um dos itens que compoem esses sistemas complexos. Estou no aguardo do lançamento dos próximos cursos. Grande abraço!

  4. O artigo identifica e resume muito bem os principais pontos de atenção ao dimensionar um sistema de condicionamento e amostragem com qualidade, parabéns pelo artigo!

  5. O curso possui um conteúdo muito importante e essencial para quem quer e precisa aprender sobre esses tipos de sistema analítico, abordando os principais fenômenos físicos e químicos que acontecem e aborda cada componente que compõe esses sistemas, desde ponto de amostragem, condicionamento da temperatura e pressão, uso de filtros, válvulas e problemas relacionados a sistemas de amostragem.

  6. Este curso contém um conteúdo muito importante e necessário para quem quer e precisa entender esses tipos de sistemas analíticos, abordando os principais fenômenos físicos e químicos que ocorrem e abordando cada um dos componentes que compõem esses sistemas, desde pontos de amostragem, temperatura e pressão regulamentação, uso de filtros, válvulas e questões relacionadas a sistemas de amostragem.

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